Adenomas Hipofisários:
Diagnóstico e Tratamento
Compreenda os adenomas hipofisários, seus tipos, manifestações clínicas e as abordagens terapêuticas mais modernas com técnicas minimamente invasivas.
O que são Adenomas Hipofisários?
Os adenomas hipofisários são tumores benignos que se originam da glândula hipófise (pituitária), responsável pela produção de diversos hormônios essenciais. Representam cerca de 15% de todos os tumores intracranianos e podem causar sintomas por excesso hormonal ou efeito de massa sobre estruturas vizinhas.
Classificação dos Adenomas
Adenomas Funcionantes
Produzem hormônios em excesso, causando síndromes clínicas específicas.
Prolactinomas (40-45%)
- • Galactorreia (produção de leite)
- • Amenorreia e infertilidade
- • Disfunção erétil em homens
- • Diminuição da libido
Adenomas de GH - Acromegalia (15-20%)
- • Crescimento excessivo de mãos e pés
- • Alterações faciais progressivas
- • Artropatia e síndrome do túnel do carpo
- • Hipertensão e diabetes
Adenomas de ACTH - Cushing (5-10%)
- • Ganho de peso central
- • Estrias violáceas
- • Hipertensão e diabetes
- • Fraqueza muscular
Adenomas Não-Funcionantes
Não produzem hormônios ativos, manifestando-se por efeito de massa.
Sintomas de Compressão
Características Importantes
- • Mais frequentes em idosos
- • Crescimento mais lento
- • Diagnóstico geralmente tardio
- • Indicação cirúrgica mais comum
Diagnóstico Especializado
Avaliação Endocrinológica
Hormônios Hipofisários
- • Prolactina: Diagnóstico de prolactinomas
- • GH e IGF-1: Investigação de acromegalia
- • ACTH: Avaliação da síndrome de Cushing
- • TSH, LH, FSH: Função hipofisária global
Testes Dinâmicos
- • Teste de tolerância à glicose: Acromegalia
- • Teste de supressão com dexametasona: Cushing
- • Teste de estimulação com TRH: Prolactinomas
- • Testes de reserva hipofisária: Hipopituitarismo
Avaliação por Imagem
Ressonância Magnética da Sela Túrcica
Protocolo Específico
- • Cortes finos (1-2mm) da região selar
- • Sequências T1 e T2 multiplanares
- • Contraste paramagnético (gadolínio)
- • Avaliação dinâmica da captação
Critérios de Análise
- • Tamanho (micro vs macroadenoma)
- • Relação com quiasma óptico
- • Extensão para seios cavernosos
- • Invasão óssea (grau de Knosp)
Avaliação Oftalmológica
Campimetria
Mapeamento dos defeitos de campo visual
Acuidade Visual
Avaliação quantitativa da visão
Fundoscopia
Avaliação do nervo óptico e retina
Opções de Tratamento
Cirurgia Endoscópica Endonasal
Técnica Minimamente Invasiva
- Acesso transesfenoidal: Através das narinas
- Visualização endoscópica: Visão panorâmica e detalhada
- Sem incisões externas: Melhor resultado estético
- Recuperação mais rápida: Menor trauma cirúrgico
Indicações Cirúrgicas
Absolutas
- • Déficits visuais por compressão
- • Apoplexia hipofisária
- • Acromegalia e Cushing
Relativas
- • Macroadenomas não-funcionantes
- • Prolactinomas resistentes
- • Crescimento tumoral documentado
Tratamento Medicamentoso
Prolactinomas
- Cabergolina: Primeira linha
- Bromocriptina: Alternativa
- Eficácia: 85-90% dos casos
- Redução tumoral: Até 50-90%
Acromegalia
- Octreotida: Análogo de somatostatina
- Lanreotida: Formulação mensal
- Pasireotida: Nova geração
- Pegvisomanto: Antagonista do GH
Cushing
- Pasireotida: Primeira linha médica
- Ketoconazol: Inibidor enzimático
- Metirapona: Bloqueio adrenal
- Mifepristona: Antagonista de cortisol
Radioterapia Estereotáctica
Indicações
- • Restos tumorais pós-cirúrgicos
- • Recidiva tumoral
- • Contraindicação cirúrgica
- • Adenomas funcionantes resistentes
Características
- • Resposta gradual (2-10 anos)
- • Precisão submilimétrica
- • Baixo risco de complicações
- • Preservação de tecido normal
Resultados Terapêuticos
Resultados Cirúrgicos
Microadenomas
- • Cura endócrina: 85-95%
- • Ressecção completa: 90-98%
- • Preservação visual: >95%
- • Função hipofisária: >90%
Macroadenomas
- • Descompressão visual: 80-90%
- • Ressecção completa: 60-80%
- • Controle hormonal: 50-70%
- • Melhora da qualidade de vida: >85%
Fatores Prognósticos
Fatores Favoráveis
- • Microadenomas
- • Diagnóstico precoce
- • Ausência de invasão
- • Função visual preservada
Desafios Terapêuticos
- • Adenomas gigantes (>4cm)
- • Invasão de seios cavernosos
- • Consistência fibrótica
- • Déficits visuais severos
Protocolo de Acompanhamento
Pós-operatório Imediato
- • Monitorização hormonal (cortisol, sódio)
- • Avaliação visual seriada
- • Ressonância magnética precoce
- • Controle de diabetes insípido
Seguimento de Longo Prazo
- • Ressonância magnética anual
- • Avaliação endócrina semestral
- • Campimetria anual
- • Ajuste de reposição hormonal
Sinais de Recidiva
- • Retorno dos sintomas hormonais
- • Alterações visuais progressivas
- • Crescimento na ressonância magnética
- • Cefaleia persistente
Aviso Importante
Este conteúdo é exclusivamente educativo. Os adenomas hipofisários requerem avaliação multidisciplinar especializada com neurocirurgião e endocrinologista. O tratamento deve ser individualizado considerando o tipo tumoral, sintomas e características do paciente.
Especialista em Cirurgia Hipofisária
Experiência em cirurgia endoscópica endonasal para adenomas hipofisários, com foco na preservação da função hormonal e resultados funcionais ótimos.